Direcção / Encenação Igor Gandra
Marionetas e objectos Júlio Alves, Igor Gandra, Teatro de Ferro e Alunos do Mestrado
Interpretação /co-criação Amândio Anastácio, Ana Carolina Santos, Ana Cristina Dias, Fátima Mártires, José Gil, Marta Rosa, Nuno Pinto, Ricardo Ávila, Susana Nunes
Desenho de Luz Gil Rovisco;
Apoio Técnico Joana Velez
Co-produção Departamento de Artes Cénicas e CHAIA – Centro de História da Arte e Investigação Artística, da Universidade de Évora; Festival Escrita na Paisagem e Teatro de Ferro
Projecto Espectáculo dos alunos do curso de Mestrado em Teatro da Universidade de Évora nas áreas de especialização – Arte do Actor e Actor - Marionetista.
O espectáculo que agora se apresenta foi construído a partir do conto ‘Josefina, a Cantora ou o Povo dos Ratos’, de Franz Kafka. O texto, escrito em 1924 (e considerado por alguns autores o testamento de Kafka), coloca questões muito precisas sobre o papel do artista na sociedade e sobre o modo como uma definição desse papel, pode caracterizar essa mesma sociedade enquanto grupo, colectivo, organização. Uma reflexão sobre o que fazer e como o fazer impôs-se desde o início. O facto de o espectáculo ser o resultado das experiências e aprendizagens realizadas no âmbito de um curso de mestrado, frequentado por pessoas que buscam especialização e ou certificação e não por um grupo de artistas que se reúne em torno de algum propósito (in) comum, determinou todo o processo de criação. De alguma forma, foi necessário inventar estes artistas, foi necessário que estes artistas se (re) inventassem, enquanto tal e enquanto colectivo. A criação de um vocabulário comum ou a voz silenciosa de uma prática partilhada.
Ao longo de um semestre, trabalhou-se sobre um conjunto de práticas que concretizam algumas questões fundamentais como a das relações entre corpo e objecto, da gestão do espaço-tempo de cena e do olhar do observador – espectador. O trabalho sobre a animação da matéria e a exploração das possibilidades de interacção ou contracena com essa estranha forma de vida percorreram, em múltiplas direcções, os corpos e as mentes dos intérpretes.
Igor Gandra