Os motivos urbanos e industriais, as relações entre (os) humanos e entre o Homem e a Máquina continuam a estruturar o imaginário destes processos que ,de uma forma aberta, flexível e curiosa, procuram outros caminhos, outras formas de expressão. O resultado deste processo é um momento particular de fusão, entre arte e vida. Nesta edição, aprofundámos o trabalho sobre o corpo enquanto máquina (marioneta) e suas relações com o espaço do teatro, essa casa-máquina. Este espectáculo foi apresentado no grande auditório do Rivoli Teatro Municipal e teve a particularidade de ser totalmente realizado na sua imponente caixa de palco, descarnada, transmutada numa grande fábrica. Actores, técnicos e espectadores, todos (e sempre) em cena, integrados numa cadeia de produção de inter-relações

Uma utilização muito extensa dos dispositivos técnicos, particularmente da mecânica de cena(,) que já tinha sido (tentada) experimentada em Desmontagem 1 (2003), nesta edição foi assumida ainda mais radicalmente : para além da maquinaria de palco convencional, foram integradas todas as estruturas móveis disponíveis do próprio edifício, como monta-cargas, elevadores de fosso de orquestra, cortina de ferro, etc.

Ao longo de muitas semanas de construção, foram filmadas e registadas vária fases e tarefas - este material juntamente com outro de teor menos documental(,) foi utilizado no espectáculo, como espaço imaterial, projecção, memória do processo da montagem de Desmontagem 3.